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Artistas da ZIV Gallery criam obras de arte a partir de corações

Artistas da ZIV Gallery criam obras de arte a partir de corações

Corações serão leiloados e valor revertido para a população em situação de rua.

Obra de arte de Izu da ZIV Gallery

Obra de arte de Izu da ZIV Gallery

A ZIV Gallery participa pela primeira vez do projeto “Make up your heart”, uma iniciativa da Ornare com a Associação de Resgate à Cidadania por Amor à Humanidade (ARCAH), cujo resultado vai beneficiar pessoas em situação de rua, atendidas pela ONG.

A Ornare, marca internacional de mobiliário sob medida de alto padrão, enviou corações da madeira utilizada pela empresa na fabricação de seus produtos para artistas, arquitetos e estilistas transformarem em obras de arte.

Este ano, a ZIV Gallery foi convidada por uma das embaixadoras da Arcah, Ale Cozzi, para fazer parte da curadoria do evento e participa com a criação de cinco corações, pelos artistas Clóvis Camargo, Izu, Marcela Rodrigues, Paullo Flecha e o professor do Istituto Europeo di Design (IED), André Caperutto.

“A arte tem o poder de transformar materiais, ideias e principalmente vidas, por isso é tão importante participar dessa iniciativa da Ornare e da Arcah”, aponta o galerista Helder Kanamaru, da ZIV Gallery.

“A ZIV Gallery está se unindo à Ornare em uma corrente do bem, em prol da causa da Arcah, de resgatar pessoas em situação de rua”, afirma Ale Cozzi, embaixadora da Arcah.

 

Agenda dos corações

As obras de todos os convidados serão expostas nas lojas da Ornare da Al. Gabriel Monteiro da Silva e Shopping D&D, de 04 a 20 de outubro.

Nos dias 17 e 18 de outubro, ocorre o leilão exclusivo para vendas das peças com a participação de 500 convidados, a partir das 19 horas.

Todo o valor arrecadado será doado integralmente para a Associação Arcah e o atendimento a pessoas em situação de rua, cujo crescimento durante a pandemia exige cada vez mais atenção.

 

Obras de arte dos artistas da ZIV

Aniversário do Batman tem distribuição de máscaras e bottons

Aniversário do Batman tem distribuição de máscaras e bottons

Warner e ZIV Gallery se unem na comemoração de aniversário de 82 anos do Batman, no sábado, 18 de setembro.

O dia do Cavaleiro das Trevas será comemorado no Beco do Batman com distribuição de máscaras e bottons, em uma ação conjunta da Warner Bros. Consumer Products e da ZIV Gallery, no sábado, 18 de setembro. A distribuição será gratuita, das 12 às 18 horas, ou enquanto durarem os itens.

Um cosplayer do super-herói também estará na galeria, no sábado, das 14 às 18 horas, para atender fãs, com performances no melhor estilo homem-morcego.

Do final de semana de aniversário do Batman até a próxima semana, quem passar pela ZIV Gallery também vai poder ver e fotografar um bat-sinal cenográfico, especialmente ligado à noite.

As comemorações de 82 anos do homem-morcego começaram no sábado anterior, com o lançamento de um mural do Batman, em uma das paredes da ZIV Gallery, pintado pelo quadrinista e ilustrador Pedro Cobiaco, com a curadoria de Ivan Costa da Chiaroscuro Studios.

Nova arte traz Batman de volta ao beco

“A parceria com a Warner, a Chiaroscuro Studios e o Pedro Cobiaco ajuda a reafirmar a conexão do beco com o Batman”, aponta o galerista Helder Kanamaru, da ZIV Gallery, galeria de arte inaugurada este ano na praça central do Beco do Batman.  “A história do surgimento do nome do beco, no final de 1980, é uma das lendas urbanas mais conhecidas da Vila Madalena e é como se o Batman voltasse para casa”, analisa.

Ivan Costa, curador pela Chiaroscuro Studios, Pedro Cobiaco autor da obra e Helder Kanamaru da ZIV Gallery

Bat-sinal no aniversário do Batman

Também no dia 18 de setembro, quem passar pelo edifício Altino Arantes, o Farol Santander. no centro de São Paulo, terá a chance de receber máscaras e bottons, gratuitamente, sobre o tema.

Às 20 horas, o bat-sinal iluminará o céu de São Paulo, a partir do Farol Santander. O prédio tem mais de 160 metros de altura e o Bat-Sinal poderá ser visto de diversas partes da cidade. Ainda no farol, estão previstas diversas atividades relacionadas ao herói.

Além disso, o Warner Channel, canal televisivo da Warner Bros., oferece, neste sábado, uma maratona inteira dos filmes do Batman, além de IDs do morcego ao longo da programação.

Revista

Já está disponível a revista Batman: the World, uma parceria da editora Panini com a DC Comics. Na história, o morcego passa por 14 países em sua luta contra o crime, um deles o Brasil. O canal de produtos oficiais do Batman também oferece uma nova coleção de itens inspirados na revista da Panini.

Acompanhe o aniversário do Batman com fotos do início das comemorações no dia 11 de setembro, com lançamento do mural de Pedro Cobiaco.

 

Exposição traz um pouco da Amazônia para São Paulo

Exposição traz um pouco da Amazônia para São Paulo

Mais de 19 mil pessoas já viram a mostra da ZIV Gallery sobre a Amazônia.

Estamos em São Paulo e embora a região Amazônica esteja há milhares de quilômetros, ela não está tão longe assim, graças à arte.

Um pouco da Amazônia pode ser vista em São Paulo, na ZIV Gallery, galeria de arte localizada no Beco do Batman.

De graffitis a instalações, a galeria reuniu obras de mais de 30 artistas para montar a exposição “Amazônia, seu povo, sua flora e fauna”.

“Escolhemos a exposição sobre a Amazônia para inaugurar a galeria e trazer um pouco da cultura amazônica para quem visita o Beco do Batman”, explica o galerista Helder Kanamaru, da ZIV Gallery.

A mostra conta ainda com um mural de mais de 35 metros quadrados, pintado por 16 artistas.

“Nosso painel interno traz desde pinturas sobre os povos originários, passando pela maraca do povo Baniwa, o boto-cor-de-rosa, a arara vermelha, o peixe amazônico tucunaré até a representação do guaraná nativo, entre diversas referências amazônicas transformadas em arte”, descreve Kanamaru.

Os visitantes podem levar um pedacinho da Amazônia em forma de arte para casa, seja adquirindo os quadros da exposição, seja por fotos do painel, hit do lugar, com seus quase nove metros de altura, responsável por integrar a galeria ao bar/café com visão panorâmica para os murais do Beco do Batman, no piso superior.

Desde 13 de maio, quando a galeria começou a funcionar, até o mês de agosto, já passaram 19.350 pessoas pela exposição.

Obras da exposição

 

Graffiti homenageia cacique do povo Kokama

Chermie e a cacique Bia, no Beco do Batman

A mais nova ação da ZIV Gallery para falar da Amazônia, como parte das atividades da exposição, é o graffiti em homenagem à cacique Bia, líder do povo Kokama e defensora dos povos originários amazônicos.

O mural, pintado pela artista plástica Chermie Ferreira, fica na rua Gonçalo Afonso, a poucos metros do ponto mais central do Beco do Batman, bem em frente à galeria.

Chermie é natural de Manaus, onde começou a grafitar aos 16 anos, para incentivar as meninas das comunidades e ribeirinhas a ingressar na arte. Mais tarde, a artista descobriu suas origens Kokama e desde então dedica-se a representar, em seus trabalhos, mulheres, comunidades indígenas e ribeirinhas e trabalhadores do Norte do país.

“As cores fortes e os contornos precisos dos desenhos de Chermie trazem muito da fauna e flora amazônica, sem falar do destaque dado às mulheres e crianças em suas obras”, detalha Kanamaru.

ANOTE – A exposição sobre a Amazônia está na ZIV Gallery, de terça a domingo, na rua Gonçalo Afonso, 119, Beco do Batman, Vila Madalena, São Paulo.

Para saber sobre novas exposições e ações da ZIV, acompanhe nossas redes.

Chermie Ferreira e o desafio de retratar o Norte do Brasil

Chermie Ferreira e o desafio de retratar o Norte do Brasil

Chermie Ferreira, artista plástica

Filha de Suane, neta de Rita e Raimunda, bisneta de Maria, a artista plástica, Chermie Ferreira, se fez na vida e na arte, inspirada pela coragem e determinação das mulheres de sua família.

Em entrevista à ZIV Gallery, Chermie conta as intrincadas histórias de suas ancestrais e como elas formaram um de seus traços pessoais e artísticos mais fortes: a defesa das mulheres e a luta pelo empoderamento feminino. Sem esquecer de valorizar as culturas indígena e ribeirinha da região Norte do país.

Por esses objetivos, a menina destemida, natural de Manaus (AM), foi para as ruas grafitar, mudou de estado, viajou o Brasil, denunciou um ex-companheiro violento, ministrou palestras e oficinas reunindo graffiti, autoestima feminina e políticas públicas.

Radicada em São Paulo, desde 2018, na cidade, Chermie Ferreira se encontrou e se firmou como artista multitalentosa. De seus muitos papéis, dois se destacam e se apoiam: o de artista e o de mãe.

Com a arte, espera ajudar a construir um mundo melhor para as filhas de Sara e Wira Tini, tal como suas bisavós, avós e mãe fizeram pelas gerações seguintes.

 

Ancestralidade refletida na arte

Chermie Ferreira, artista plástica

Chermie é descendente da tribo Kokama e leva sua ancestralidade para a arte

Para entender a arte e a história de Chermie, é importante mergulhar em sua ancestralidade marcada por migrações e jornadas desafiadoras.

A bisavó de Chermie, Maria José, natural da Bahia, casou-se no Acre com o índio Kokama José, do Amazonas. A filha deles, a avó Rita, se apaixonou pelo avô Sólon, mas o bisavô era contrário à união, porque temia pela filha, negra, casada com um homem branco, já imaginando o racismo pelo qual passaria ao longo da vida. “Meu bisavô era um homem simples em Xapuri, mas já conhecia bem o racismo porque sua esposa Maria José, sendo negra, já enfrentava isso bem de perto”, aponta a artista.

Para casar, Rita e Sólon fugiram do Acre, passaram pelo Amazonas, pelo Pará, onde nasceu Suane – mãe de Chermie – e seguiram para o Maranhão. Lá, o avô faleceu, deixando a avó com quatro filhos de nove, sete, quatro anos e um bebê de colo.

Depois do enterro, Rita, sem rumo, não voltou para casa, pegou os filhos e dali mesmo partiu para Belém, abandonando o pouco conquistado para trás. “Ela ficou sem chão”, revela a artista. Da capital do Pará, a família seguiu para Manaus, onde uma tia avó morava.

Rita conseguiu um emprego de cobradora de ônibus. “Ela saía às quatro da manhã para trabalhar”, conta a neta. A mãe por outro lado, uma criança, andava quilômetros, atravessando igarapé (rio estreito) e pegando ônibus até chegar à sala de aula. Depois, ainda na infância, conseguiu um emprego de doméstica. O tio de nove anos foi trabalhar como padeiro e em casa ficavam as crianças de seis e dois anos.

Com toda dificuldade, a avó nunca abandonou os filhos e ainda cuidou de outras crianças.

Dessa narrativa, feita pela mãe, Suane, em um café da manhã, Chermie teve insights para uma linha de trabalho artístico sobre maternidade. “Ser mãe cria uma potência nas mulheres e esse se tornou um tema importante para minha pintura, meus bordados, minha arte”.

Chermie Ferreira, artista plástica

Histórias familiares estão presentes no trabalho da artista manauara

Também de uma conversa à mesa, enquanto a família comia feijão com farinha, Suane relembrou um dos muitos dias passados na estrada, aos seis anos de idade, depois da morte do pai, no trajeto do Maranhão para o Amazonas. Sem dinheiro e sem comida, Rita – a avó – pediu a um homem um prato de comida, mas ele só tinha feijão com farinha para si e para oferecer aos viajantes. Grata pela doação, a avó fez bolinhos e deu aos filhos para aplacar a fome. A história mais uma vez acendeu a necessidade de retratar a vida da família, a coragem das mulheres e a vida no Norte do país.

Assim, com causos hiper-reais da vida familiar, ou pesquisando a realidade de sua terra natal, a artista vai criando novos caminhos para sua arte.

 

Chermie Ferreira pelas mulheres

As experiências familiares criaram outro traço importante da vida de Chermie: a defesa inabalável das mulheres.

A mãe da artista casou-se com um homem violento, seu pai, contrário à esposa estudar, mas ela nunca abaixou a cabeça, mesmo tendo de sair às seis horas e voltar meia-noite para trabalhar e se dedicar aos estudos.

Durante 12 anos, a mãe suportou os abusos físicos e psicológicos do ex-marido, cujo comportamento colocava em risco os próprios filhos, como quando ele ameaçou jogar o carro com toda a família, embaixo de um caminhão.

“Quando eu tinha nove anos, minha mãe fugiu de casa, cansada de apanhar. Ficamos um mês só com meu pai. As coisas só mudaram quando ele foi ao trabalho dela jogar as roupas na porta e minha mãe finalmente contou aos colegas a realidade de seu casamento. Como havia uma delegacia ao lado, ele terminou preso por agressão”. A mãe se separou, cursou Mestrado em Relações Públicas, cuidou e encaminhou os filhos, sem parar de trabalhar.

Dessa experiência, Chermie tirou a decisão de nunca deixar um homem ser violento com ela. Denunciou um ex-companheiro agressivo e também não aceitou isso de colegas artistas ou amigos em relação a suas companheiras.

“Nasci feminista, porque vim dessas mulheres e todo o resto complementa essa necessidade de ajudá-las a viver melhor”, diz. “Não preciso ler livros acadêmicos sobre feminismo, nem ter Frida Kahlo como referência porque elas vieram da minha vida, do meu convívio familiar”.

 

Arte para valorizar a região Norte

Chermie Ferreira

Chermie Ferreira cria eventos para incentivar mulheres na arte

O caminho da arte na vida de Chermie, começou pelo mangá, inspirado pelos desenhos animados Dragon Ball Z e Cavaleiros do Zodíaco, aos nove anos. Aos 16, foi pintar seu primeiro muro com amigos para incentivar as mulheres a disputarem os locais mais importantes de Manaus. “Havia muitas mulheres no graffiti, mas elas não disputavam o “hall off fame” da cidade – localizado em duas ruas de grande movimento”, aponta.

No início, fazia bonequinhas à la Nina Pandolfo, depois se especializou em letras 3D, partindo para um estilo mais novaiorquino, inédito na região.

Foi ganhando as ruas e criando eventos para incentivar meninas e mulheres na arte. “Ainda é muito comum as meninas deixarem o graffiti por gravidez na adolescência, então acaba havendo renovação forçada, porque as mulheres optam pelos filhos. Eu prossegui por ser teimosa, filha de Suane, uma educadora de filhas guerreiras”, ressalta. A mãe além de incentivar sua arte, cuidar da filha mais velha de Chermie, também fez questão de comprar a passagem da primeira viagem para a artista grafitar.

Depois de quatro anos no graffiti, em 2008, ela organizou o “I Festival de Graffiti Feminino da região Norte”. Em 2016, criou a plataforma de divulgação digital de trabalhos de mulheres, o “Graffiti Queens“. Dois anos mais tarde, veio o “1º Festival Internacional de Graffiti Feminino”, realizado em São Paulo. A artista também criou a primeira revista de graffiti feminina em meio físico.

No momento, Chermie está organizando o festival Yapai Waina, “levanta mulher”, em Kokama. É o 1º Festival Internacional de Graffiti com foco nas artistas plásticas do Amazonas e será realizado de 13 a 15 de maio, em Presidente Figueiredo (AM).

 

Chermie Ferreira se descobre artista em São Paulo

Chermie Ferreira, artista plástica

Do graffiti de Manaus para a cena paulistana

Com toda essa potência inabalável no graffiti, no início, Chermie queria mesmo era ser DJ. Chegou a se matricular no curso, em São Paulo, entretanto, foi para a Bahia trabalhar com tatuagem, Direitos Humanos, cursos e palestras para mulheres, além de continuar grafitando por onde ia.

Da Bahia, por motivos pessoais, desembarcou em São Paulo. “Me encontrei nessa cidade. São Paulo não para e eu, também não. Vivo a mil por hora com muitos projetos”, comenta.

Na capital paulista, ela finalmente se descobriu artista. “Não me via como artista até um ano atrás”.

 

Wira Tini volta para casa

Preocupada com a família em Manaus, cidade fortemente atingida pela Covid-19, especialmente com a mãe, do grupo de risco, Chermie viajou em 2020 para ficar perto da família, onde está se protegendo e ajudando a cuidar de todos.

Obra de Chermie Ferreira

Wira Tini, pássaro branco em Kokama, é o nome indígena de Chermie

Madura, agora, além de se sentir inteiramente artista, a pandemia trouxe novamente o convívio com a mãe e tios, histórias de família começaram a fazer sentido, passou a pintar quadros, inspirada em imagens de fotógrafos do Norte do país, com toques de impressionismo.

As lembranças da infância dentro do rio, nadando com jacarés, de viver em casas flutuantes, de andar de barco com o pai e o tio, ambos militares, aflorou ainda mais a identidade indígena e ribeirinha da artista manauara, reconhecida em São Paulo e contratada por uma galeria inovadora no propósito e na visão artística.

“Uma mulher, artista, mãe, do Norte, conseguir reconhecimento em São Paulo e estar em uma galeria moderna, nova, conectada com crenças de valorização das mulheres, da natureza, dos povos indígenas, da população ribeirinha, como a ZIV Gallery, demonstra minha maturidade e acerto em lutar”, alegra-se.

Dessa nova fase, estão saindo séries de trabalhos artísticos – tanto em quadros como em bordado – sobre mulheres amazonenses de diversas profissões; mães e crianças e sobre copaíba e andiroba, folhas de cura, em geral aplicadas por mulheres, também sempre relacionadas ao processo curativo das famílias.

O bordado é um aprendizado novo e responde à necessidade de aumentar as plataformas artísticas de Chermie, já reconhecida no graffiti, na arte digital e na pintura.

Chermie, nome de um peixe amazônico, também é Sara – de nascimento – e mais recentemente se tornou também Wira Tini, cujo significado na tribo Kokama é pássaro branco. Como peixe, ela nada forte e vence qualquer curso d’água e como pássaro, voa longe para conhecer o mundo e honrar seu povo e sua história pessoal.

Conheça as obras de Chermie Ferreira na ZIV Gallery, a mais nova galeria de arte no Beco do Batman, cujo propósito é criar oportunidades e gerar transformações com arte!

 

Galeria de obras de Chermie Ferreira:

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Michele Micha e a realidade nua e crua do corpo humano

Michele Micha e a realidade nua e crua do corpo humano

Michele

Micha cria obras hiper-realistas

Observar o trabalho de Michele Micha é como olhar a si mesmo, por dentro. Suas obras de arte são hiper-realistas, profundas e viscerais, porque são inspiradas na realidade nua e crua da vida humana.

A opção de retratar o incrível mundo da fisiologia humana, não foi por acaso: Micha cresceu em uma casa cheia de livros de medicina, biologia, anatomia e genética, além de tubos de ensaio de diferentes tamanhos, pranchetas, réguas e instrumentos para desenho.

“Toda essa absorção ficou tão intrínseca em mim e em meus arquivos mentais, a ponto de hoje toda minha expressão ter estética anatômica, visceral, assim como notas de lugubridade e poética existencial”, explica a artista, em entrevista à ZIV Gallery.

Durante a infância e a adolescência da artista, a mãe, Elisa, trabalhou como bióloga, desenhista técnica, pesquisadora e professora de desenho técnico para Engenharia. A percepção de Micha sobre o trabalho intenso da mãe, bem como da luta para a educar sozinha marcou profundamente sua forma de ver o mundo e se esparramou pela arte.

“Amava viajar naquele universo ilustrado dos livros dela. Ver o mundo  interno dos seres vivos era fascinante e confortável. Me encantava com  as transformações anatômicas, em como as doenças se manifestavam nos órgãos  humanos, a  morte e seus ciclos, as metamorfoses de animais e plantas e criava histórias com as imagens de anomalias genéticas. Eu simplesmente adorava ver aquelas pessoas diferentes”, elenca.

Se por um lado, o mergulho nas estruturas físicas humanas veio no convívio familiar, Micha procurou por conta própria a imersão em outros tópicos da ciência e da arte, como: psicanálise, física quântica, neurociência, metafísica e  arte terapia.

 

Arte multiexperimental

Trabalho de Michele Micha

Micha utiliza materiais como tela, madeira, parede, resina, papel, lixo, cerâmica, tecidos, acrílica, óleo, spray e minerais

Embora seja formada em publicidade, a artista nunca exerceu a profissão. Trabalhou como modelo em eventos e comerciais de TV e como modelo fotográfica para publicidade para pagar as contas, financiar seus projetos artísticos e estudar arte.

Um de seus estudos mais marcantes foi participar do grupo alternativo de discussões sobre arte contemporânea, graffiti e história da arte, dirigido pelo artista e arte-educador, Walter Nomura, o mestre Tinho.

“Ali me descobri e me aceitei como artista de verdade e passei a me entender como artista profissional”. Ela continua estudando no grupo.

Dali em diante, a artista começou a participar de projetos de street art, exposições coletivas e individuais, em museus, galerias e instituições nacionais e internacionais, residências, salões de arte, bienais e obter premiações e menções honrosas.

Artista multiexperimental, Micha transborda sua visão de ser humano em diferentes expressões artísticas, como pinturas, esculturas, instalações e performances, utilizando materiais como tela, madeira, parede, resina, papel, lixo, cerâmica, tecidos, acrílica, óleo, spray, minerais, sangue, entre tantas possibilidades.

 

O coração

Coração de Micha

Coração: essencial tanto quanto o cérebro

Figura frequente na arte de Micha, a artista considera o coração um filtro da absorção de nossas percepções e experiências e um órgão de inteligência.

O primeiro a se formar no interior do útero materno, estudos recentes consideram o coração muito além de uma estação de bombeamento do corpo. Ele também é composto de neurônios da mesma natureza do sistema cerebral ou seja também é uma estação de inteligência e suas células possuem sintonia com outras células e transmitem sinais eletromagnéticos.

Quando surge na arte de Micha, não é por ser o símbolo clássico do amor e por todo o simbolismo já conhecido, mas por estar totalmente ligado a área do pensamento e por ser essencial tanto quanto o cérebro, detalha.

 

Micha: ser e questionar

Independentemente da plataforma, as construções artísticas e as pesquisas de Micha estão relacionadas aos desdobramentos do ser, busca pela pura essência, dualidade humana e feminismo. “Pesquiso muito o envolvimento psíquico com as influências e heranças culturais as quais absorvemos e estruturamos no decorrer da vida, conflitos intrapessoais, pinceladas na psique, traumas e consciência. Tudo isso se desenvolve e resulta em um trabalho conceitual, com poética feminina e atmosfera sensorial”, define.

As obras da artista têm cunho questionador, carregando um incômodo. “Apenas saímos do lugar e evoluímos quando deixamos o estado de acomodação, de conforto, onde creio ser impossível florescer, crescer”, diz.

Produção de Michele

A arte é o combustível de Michele Micha

Inspirada pelas artistas Adriana Varejão e Chiharu Shiota, a arte é seu combustível – transcendente e necessária. “Nós, artistas, carregamos grande responsabilidade pois temos o papel de desconstruir o mundo já elaborado, já lapidado, remodelar essa coisa e transformá-la em um novo lapso, pensamento.”

Ser mulher na arte vai exatamente no sentido de quebrar paradigmas, principalmente os estruturados pela patriarcado, diz. “Viver de arte é difícil no Brasil, sendo mulher e mãe isso quadriplica, mas estamos superando aos poucos essa história.”

Para Micha, a participação no painel coletivo da ZIV trouxe proximidade com os artistas da galeria e apropriação do espaço onde há muita circulação e ótima visibilidade, por estar no Beco do Batman, um lugar com ar de casa e onde as artes de muitos amigos se encontram.

Conheça as obras de Michele Micha na ZIV Gallery, galeria de arte no Beco do Batman, cujo propósito é criar oportunidades e gerar transformações com arte!

 

Galeria de obras de Michele Micha:

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Galeria de obras de Fernanda Yamamoto:

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