Montagem de uma das obras mais fascinantes do artista.

Arquiteto, professor, artista e acima de tudo um pesquisador das artes. A ZIV Gallery apresenta Daniel Morais Paschoalin, escultor premiado e apaixonado pela arte de criar e recriar obras de arte com consciência social.

. Vida de professor e o nascimento do escultor

“Sempre quis ser artista, mas segundo diziam na minha infância, eu ia passar fome; além disso, artista não prestava. Essa era a conversa corrente no interior”, conta Daniel.

Mestre em Arquitetura pela USP de São Carlos, a docência permitiu a Daniel levar à frente o sonho de ser artista. Foi lecionando desenho nas disciplinas de Arquitetura, Design e Artes Visuais em cursos universitários do interior de São Paulo que o professor se aproximou da carreira artística, na qual acumula diversos prêmios em salões e trabalhos em coleções internacionais.

Com muita consciência social sobre seu papel na sociedade, Daniel decidiu unir o melhor da tecnologia a seu talento para as artes.

Muito preocupado com as dificuldades no desenvolvimento da arte fora dos grandes circuitos culturais, seu trabalho é embasado em três alicerces: engajamento social, uso de tecnologia com modelagem e fabricação digital e valorização do trabalho artesanal.

“Um ponto importante sobre meu trabalho é a escolha de materiais simples e acessíveis. Minha arte é condizente com a realidade do país: a situação precária fora dos grandes centros.”

Minotauro

. Assemblage e arte povera

A consciência da dificuldade de fazer arte longe dos grandes circuitos culturais levou Daniel a optar por arame e madeira reciclada em suas obras.

“Acredito na simplificação. Sou adepto de assemblage, o uso de algo já usado, de fazer arte com reciclagem. Vejo também uma relação com a arte povera”, descreve.

Embora suas peças sejam elaboradas com o suporte de recursos digitais, o escultor participa da execução artesanal de cada obra, com base na habilidade manual de um mestre artesão.

“Meu modus operandi é da arquitetura. Tudo tem projeto, passa pelo digital e depois é impresso. A execução, por outro lado, sempre incorpora uma boa dose de trabalho artesanal. O Brasil sempre teve grandes artesãos no passado e sempre terá, frente a precariedade de recursos, de incentivos, etc. O Brasil é terra de gente muito capaz, de se virar com o que tem, de extrair valor de quase nada. Sou adepto das assemblages, de reciclagem, do uso de recursos acessíveis, tanto materiais mas tecnológicos também, pois muitas das ferramentas digitais hoje tem um custo reduzido. Então, eu misturo tudo: uso tecnologia nas partes possíveis do desenvolvimento de uma obra e a realização passa pela valorização que só o trabalho artesanal proporciona.”

 

. Escultura

Daniel começou sua incursão pela escultura na infância, com desenhos, pinturas e trabalhos com arame. Na vida adulta, a arte foi retornando aos poucos. Primeiro na faculdade de Arquitetura, por meio do contato com professores envolvidos com escultura. Depois, ele mesmo passou a fazer estruturas aramadas para as cenografias das peças teatrais e trabalhar com maquetes eletrônicas.

“As esculturas de arame são verdadeiros desenhos tridimensionais, como aqueles com os quais me divertia quando menino. Naturalmente, com o tempo e a maturidade ficaram mais complexos e hoje são uma parte indissociável da minha vida e prática artística.”

 

. Prendedores envolvem comunidade

Além de criar uma série de personagens e objetos em arame, Daniel passou à exploração plástica de materiais comuns em replicagens, como nos trabalhos “Multitudes” e “Pequeno Reino” com o uso de prendedores de roupa na confecção de centenas de pequenas figuras.

A criação do trabalho premiado “Multitudes”, nasceu durante as aulas de desenho da figura humana, na disciplina de Design de Moda. “Em sala de aula, trabalhava com os alunos sobre como transformar bonequinhos em 3D, lembrei do prendedor e fui pensar em como usá-lo para falar do corpo humano. Parece simples e é, mas foi um longo processo de reflexão sobre o corpo humano”, destaca.

Para envolver a comunidade em suas obras, Daniel troca os prendedores usados por novos. “As pessoas me dão seus prendedores usados e eu lhes dou novos. Desse modo, o trabalho já nasce cheio de história”, conta.

Daniel é um artista, professor universitário e, principalmente, um pesquisador . “Qualquer projeto, estudo muito antes. O trabalho envolve muito aprendizado. De certo modo, faço hoje o mesmo da infância, a diferença é o tempo de amadurecimento de cada trabalho. Estudo, me aprofundo e depois desenvolvo projetos e meios de viabilizar os aspectos técnicos, de execução.

Acompanhe o instagram do artista e da ZIV para saber das novas criações do Daniel.

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